CALDA BORDALESA
Calda bordalesa
Calda bordalesa, pinça o icônico vestido de seda Figueira do designer Rico Bracco, como porta de entrada para trazer a tona a imagética atrelada ao ambiente de trabalho rural dos colonos italianos que foram trazidos ao sul do Brasil e compõem a corpografia da população, sua identidade, sua cultura, seu trabalho.
A figueira é uma árvore muito presente nesta cultura, assim como seus frutos e seu perfume. Possui um profundo simbolismo cultural, sendo considerada um símbolo de fertilidade, abundância e renascimento. Além disso, religião e mitologia mencionam esta planta, atribuindo-lhe papéis importantes e representando conceitos como sabedoria, proteção e conexão com o divino.
Em algumas tradições espirituais, é uma árvore sagrada, representando a árvore da vida ou a ligação entre o céu e a terra. Sua longevidade e resistência simbolizam estabilidade e força interior. O figo, apesar de entendido como fruto, é antes, uma flor que nasceu para dentro, invertida. Traz em si o conceito do interno/externo, fora e dentro, upsidedown.
O giro, por sua vez, identifica um movimento de conexão, de adentramento e expansão, ligação céu e terra para os Sufis, raízes e folhas, pés e cabeça; criando espirais se vai ao interior da terra e se ganha altura.
O giro também faz o doce, de flores invertidas, trabalhado pela força física do feminino em rituais de gerações.
Título: Calda bordalesa
Tempo: 1`24``
Técnica: Arte digital e performance.
Ano: 2024
Concepção, ediçao e performance: Cristina Lisot
Figurino: Rico Bracco.
Objetos: Acervo particular.
Tacho e doce: Juliana Zanesi.
Captação de imagens: Vinícius Rocha, Giuliano Bianchi, Rafael Lisot e Cristina Lisot.
Drone: Enzo Lisot.